LINGUA DE CÃO e LITANIA
SALA de BOLSO
6 a 16 JULHO
QUARTA A SÁBADO 21h00
Partindo da situação criada pelo primeiro confinamento, as ruas desertas e o silêncio ensurdecedor das ruas desertas, Francisco Luís Parreira propõe-nos uma reflexão acerca do homem na sua posição terminal, o homem olhado pelo seu amigo, o cão, e o homem observado pela sua amiga, a morte. Criámos um espaço, ruína invadida por raízes, onde a vida é já uma insignificância, onde estes dois monólogos, Língua de Cão e Litania, pudessem permanecer e subsistir ao confinamento das almas. As verdadeiras árvores são apenas imagens daquilo que já foram, projetadas na parede negra da ruína, a água goteja sem parar como presença da natureza que insiste em fazer-se notada, o homem reside neste espaço de ninguém falando com os seus fantasmas.
(…)as pessoas não aguentam estar em casa, ia eu pensando, mais depressa se expõem ao vírus do que ficam a sós consigo mesmas(…)*
João Cardoso
*Francisco Luís Parreira (LITANIA)