
Assediar é cercar, sitiar, é também insistir de modo impertinente e se necessário hostil. Queremos renovar o uso e o abuso desta palavra através de um esforço de renovação do teatro como força activa e combativa (seja lá isto o que for).
excerto do texto do primeiro programa da ASSéDIO (1998)
Desde a sua criação, em 1998, que a ASSÉDIO TEATRO - Associação de Ideias Obscuras - tem desenvolvido aquilo que se orgulha de apresentar como um dos mais consistentes trabalhos de criação teatral em Portugal em torno das dramaturgias contemporâneas de repertório.
A ASSéDIO, estrutura que, em 2023, celebrou os seus 25 anos de existência, continua a assumir sem complexos a sua missão: ler e desconstruir a contemporaneidade, as suas tensões e traumas, iniquidades e violências, paradoxos e absurdos através de uma meticulosa curadoria cénico-dramatúrgica, não de um espólio de letras mortas, mas sim de um cosmos plural e em expansão de vozes e visões a escalpelizar o mundo.
Continuamos a afirmar hoje o que declarámos anteriormente: "Os projectos surgem e (sobre)vivem porque há um núcleo, sempre oscilante, de pessoas que os conseguem renovar com os seus anseios, as suas necessidades (íntimas e colectivas), as suas competências, os seus talentos, dolorosos e obscuros, mas também com uma persistência feroz e uma atitude de trabalho e atenção quotidianas". E, sobretudo, com resistência. Com luta. Com teimosia em ultrapassar “o inultrapassável” e sobreviver “para lá do espectável”.