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ULTIMA CENA 

 

“Ultima Cena” é um espectáculo-refeição a partir da biografia ficcionada de Giuseppe Guerra, um corajoso cozinheiro promovido a capitão do exército italiano durante os bombardeios a Roma no fim da Segunda Guerra Mundial. Enquanto prepara para o público e pela derradeira vez uma receita da avó, Giuseppe fala-nos da vida e seus infortúnios, da guerra e seus horrores, espelhando a nossa própria contemporaneidade e ajudando-nos a encontrar, num acto tão simples como o de cozinhar, alento e ânimo.

 

 

SINOPSE Giuseppe Guerra é um recentemente promovido capitão das Forças Armadas da República Social Italiana, mais conhecida como a Repubblica di Salò, a última encarnação do regime fascista de Benito Mussolini. Corre o ano de 1944 e Roma é, há meses, bombardeada pelos Aliados. Giuseppe nunca quis ser capitão. Giuseppe quis ser sempre e só cozinheiro. Mas escasseiam soldados, escasseia comida e escasseia, acima de tudo, vontade. Corre no ar o cheiro a pólvora e a derrota. E, durante um bombardeio particularmente violento, o de 3 de Março, que matou mais de quatrocentos civis, o jovem cozinheiro Guerra distingue-se pela bravura com que salva dos escombros uma família de pescadores, fazendo com que alguém se lembre de lhe pregar aos ombros as insígnias de capitão. A partir desse dia, Giuseppe passou a amaldiçoar o nome do pai, prenúncio, dirá ele, da desgraça que se havia de abater sobre si. Da traumática promoção, retira um só consolo: a companhia do jovem Dante, um dos sobreviventes cuja vida salvou e que sonha um dia ser soldado. Parte monólogo, parte teatro de objetos, "ultima cena" é um espetáculo-refeição: Giuseppe, numa cozinha improvisada numa espécie de bunker, prepara, ao vivo, uma das receitas com que a sua "nonna" lhe havia incutido o prazer da gastronomia. Prepara-a para Dante, que está quase a chegar e que a há-de levar de volta à sua família, desterrada num parque ao frio e à fome. Prepara-a porque é o que sabe fazer melhor, pelo menos muito melhor do que ser capitão. E prepara-a, acima de tudo, por esperança: enquanto cozinha, Giuseppe é ele próprio e não as suas circunstâncias, não o que querem ver nele ou o que dele querem fazer, não é um fascista ou um assassino, não é a guerra que lhe deu o nome ou a guerra que lhe há-de roubar a vida. Giuseppe é só Giuseppe, reclamando a sua identidade e agência, reclamando o seu lugar e a sua vocação. E, ao fazê-lo, relembra-nos a nós, habitantes de um tempo amnésico pejado de monstros que julgávamos enterrados, o irredutível poder de se ser quem se é, sem contemplações ou temores, face a quem nos deseja despersonalizados e desesperançados. 

 

FICHA ARTÍSTICA

 

Texto e Encenação

Pedro Galiza

 

Interpretação

Pedro Quiroga Cardoso

 

Cenografia e Figurinos

Sissa Afonso

 

Desenho de Luz

Nuno Meira

 

Desenho de Som

Daniel Silva

 

Direção de Produção

Inês Simões Pereira

 

NOTA BIOGRÁFICA

Pedro Galiza Nasceu em 1986 na Póvoa de Varzim, Portugal. Licenciado em Teatro-Interpretação pela ESMAE-IPP. País morada Portugal Trabalhou como actor com as companhias de teatro ASSéDIO (da qual é actualmente co-director artístico), Ensemble, InMediaRes (da qual foi fundador), TEP, Teatro do Bolhão, Grua Crua (da qual foi fundador), entre outras. Foi dirigido por João Cardoso, Emília Silvestre, Rogério de Carvalho, Carlos Pimenta, Jordi Ribot Thunnissen, Lee Beagley, Inês Vicente, Giselle Stanzione, Alexandre Azinheira, Gonçalo Amorim, Joana Providência, Maria do Céu Ribeiro, Nuno Carinhas, Jorge Pinto, entre outros, em espectáculos a partir de textos de Martin Crimp, Connor McPherson,  Moliére, Frank McGuinness, Paul Verlaine, William Shakespeare, Nikolai Gogol, Oscar Wilde, Rui Pina Coelho, Peter Handke, Mark O’Rowe, Alan Ayckbourn, Bernardo Santareno, Jacinto Lucas Pires, Sam Shepard, Owen McCafferty, entre outros. Escreveu e encenou, para a Grua Crua, “A Mulherzinha” (2016); “Vida e Obra de um Homem Mais ou Menos Apresentável” (2018); “M.A.D.” (2020); “Diacrítico” (2021 - co-produção ASSéDIO); “Que Não se Fale dos Velhos Tempos (2023 - co-produção ASSéDIO). Escreveu, para essa mesma estrutura, “Fábulamãe” (2022). Escreveu e encenou, para o Ensemble - Sociedade de Actores “Prometheus” (2024). Encenou, para essa mesma estrutura, “Próspero” (2020 - a partir de “A Tempestade, de Shakespeare, traduzido e adaptado por si) e “Despe-te [Isabel]” (2021 - de Ella Hickson, traduzido por si). Escreveu, para a Subcutâneo - Teatro Hialurónico, “Má Fé” (2023) e “Nemesis” (2024). Escreveu, para a ASSéDIO, “Looping” (2020), “Terno” (2022), “O Quarto Quarto” (2023), “A Tragédia de Aristides Inhassoro” (2024) e “Conversa Porca” (2024). Traduziu para teatro textos de Charlotte Perkins Gilman, Arthur Machen, Enda Walsh, Martin Crimp, Sam Shepard, William Shakespeare, entre outros.

+ INFORMAÇÕES

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